No feriado de 7 de setembro, ocorreu na pequena cidade de Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, o festival Hack Town. O evento reuniu um público altamente diversificado: estudantes, empreendedores, pesquisadores, entre outros. Os três eixos do festival – Arte, Tecnologia e Empreendedorismo – foram muito bem representados com palestras, workshops, rodas de discussão e apresentações com excelente conteúdo. Nós estivemos no Hack Town 2017 e tivemos a oportunidade de palestrar no evento; esse artigo busca justamente dar um depoimento sobre nossa experiência e de porque com certeza voltaremos no ano que vem.
Tudo começou com um contato entusiástico com um dos organizadores do evento, Carlos Vilella. Pesquisador do INATEL, o Instituto Nacional de Telecomunicações, e sócio do festival, o Carlos foi de enorme gentileza em nos receber, mas o que despontou nos nossos contatos foi sua empolgação com o festival. Hoje posso dizer que compartilhamos dela e compreendemos.
O Hack Town teve como inspiração o famoso festival anual South by SouthWest, ou SXSW para os mais íntimos, que acontece todos os anos no Estados Unidos. O festival é famoso pelo seu tamanho e diversidade e é tido hoje como vitrine de inovações em diversos campos. Ainda que essa seja a inspiração, o Hack Town, apesar de ser um festival grande e com uma programação digna de nota, afasta-se (felizmente) daquele modelo pois a experiência de quem participa é muito mais íntima: com os temas, com os palestrantes, com a própria cidade de Santa Rita do Sapucaí, que por si só vale a visita.
Entre as grandes apoiadoras, encontramos poucas empresas grandes, com destaque para o Google Launchpad, que sediou muitos eventos para desenvolvedores de software. Entre os palestrantes, encontramos grandes nomes, mas também especialistas que se revelam pela genialidade de suas exposições. No geral, o festival combina muito bem com a cidade. Santa Rita do Sapucaí tem se consolidado nos últimos anos como um importante polo tecnológico de Minas Gerais, o que possivelmente se deve à instalação do Instituto Nacional de Telecomunicações na cidade e de centros acadêmicos e técnicos voltados à área.
Eu e dois colegas, Jonathas e Kim, sócios do Diz e Soler Advogados, escritório parceiro da Francisco Rezek Sociedade de Advogados, pudemos acompanhar dois dias da programação intensa do festival. Desde a chegada à cidade, a impressão era de uma grande festa ao ar livre: pessoas de todas as idades, cada uma com seu crachá colorido, caminhavam por todas as ruas por que passamos; a praça no centro da cidade recebia a todo tempo atrações musicais e contava com 4 dos diversos palcos para eventos do festival; o clima era de comunicação aberta, pessoas dispostas a conhecer tudo o que fosse diferente e desconhecido.
Tive a oportunidade de falar um pouco a uma plateia atenta sobre um tema que me é caro: o anonimato, sua relevância para a liberdade de expressão e o discurso anônimo (ou semi anônimo) na Internet. A aula virou uma conversa animada com a audiência, as dúvidas surgiram e, se não foram totalmente esclarecidas, ao menos renderam bons pitacos, e a experiência em si foi recompensadora.
Agradeço àquelas pessoas comprometidas que enfrentaram o calor de 30° C que fazia para assistir à minha palestra e ainda tiveram disposição para rir das minhas tiradas sem graça. Agradeço também à organização do festival, que foi muito eficiente e, em especial, agradeço ao Carlos pelo convite. No ano que vem, com certeza, estaremos lá novamente!